Não teve jeito, a Seleção Brasileira voltou a ter uma atuação daquelas pavorosas na Copa América 2024. Só que o adversário, desta vez, não foi a limitada Costa Rica, e sim a Colômbia com um jogo coletivo bem organizado. E foi justamente esse o ponto que mostrou tamanha diferença dos momentos entre os dois times.
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Colômbia mandou no jogo e só empatou com o Brasil pelas próprias falhas no ataque.
(Foto: Patrick T. Fallon/AFP)
Em campo, a escalação já chamou atenção. Afinal de contas, Raphinha, que havia ido mal na estreia contra a Costa Rica, e foi barrado no confronto com o Paraguai, voltou ao time titular. Savinho, o então substituto, foi para o banco de reservas.
E para salvar a pele da justificativa do técnico Dorival Júnior, saiu dos pés do atacante do Barcelona o gol brasileiro, de falta, algo que não acontecia desde 2019. Foi o único momento de lampejo de um Brasil sem brilho. A Colômbia, então, assumiu o controle da partida.
Raphinha comemora gol de falta que encerrou um longo jejum da Seleção.
(Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Liderados, em campo, por James Rodriguez, os colombianos mostraram que tempo e entrosamento dão resultado. A Colômbia chegou a empatar a partida com Sánchez. A arbitragem, no entanto, assinalou impedimento. E que sorte a nossa!
Mas depois não teve jeito, só deu Colômbia! Ataque pelo lado esquerdo, direito, bons lançamentos e muito trabalho para a defesa do Brasil, que sofreu até para sair jogando. Aos 47 minutos do primeiro tempo, gol de Muñoz deixou tudo igual.
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Aí veio o segundo tempo, um sofrimento para quem lembra de um Brasil de outros tempos. Nada se agregou a uma seleção desarranjada, que ainda espera uma boa atuação individual dos principais nomes da equipe, dos atacantes do Real Madrid, Vini Jr. e Rodrygo. Mas sem um jogo afinado, eles não serão capazes de resolver.
A Colômbia só não venceu o jogo porque Rafael Borré, do Internacional, desperdiçou uma oportunidade daquelas na reta final. O fato é que, com méritos, os colombianos passarem em primeiro lugar no Grupo D, enquanto o Brasil amargou a segunda colocação.
O trabalho de Dorival Júnior ainda é muito inicial, e é claro que ainda falta muita coisa para o Brasil ter uma cara de time. Mas também é óbvio que o treinador precisa se ajudar. O que justifica uma Seleção sofrendo com os dois atacantes convocados no banco de reservas? Endrick só foi para campo no finalzinho, enquanto Evanilson não parece gozar da confiança do comandante.
Além disso, o treinador escalou um Andreas Pereira mais recuado que o habitual, e Ederson, volante da Atalanta, também entrou. É claro que foi um mero figurante de um time descaracterizado.
Em início de trabalho, Dorival Júnior ainda não encontrou uma cara de time.
(Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Com a classificação garantida, o Brasil agora vai ter um desafio tão complicado quanto o da noite dessa terça-feira: enfrentar o Uruguai, de Marcelo Bielsa, com 100% de aproveitamento na Copa América. O favoritismo é da Celeste, não há como fugir da realidade.
A Seleção Brasileira não vai contar com Vini Jr., o principal nome da equipe. Uma eliminação é provável, mas, neste momento, o mais importante é compreender que é preciso ter um bom jogo coletivo para ao menos competir. Faltam vários degraus para o Brasil, e os problemas não serão resolvidos até sábado.
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