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O (meu) lado B de Gilberto Gil é…

CBN Paraíba

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Foto/Reprodução.

Na coluna desta segunda-feira (02), mexi no baú da memória afetiva para listar músicas que Gilberto Gil pode incluir no repertório dos shows da sua turnê de despedida. 

A turnê Tempo Rei começa por Salvador em março de 2025 e termina em novembro no Recife. Os ingressos já estão sendo vendidos.

Na coluna desta terça-feira (03), volto ao baú da memória afetiva para lembrar não os hits da coluna da segunda, mas para escolher o (meu) lado B de Gil. Imagino que essas músicas muito dificilmente serão ouvidas pelas plateias de Tempo Rei

Do disco de estreia (Louvação, 1967, anterior ao Tropicalismo), escolho Beira Mar. Melodia de Gil, letra extraordinária de Caetano Veloso. 

Do disco de 1968 (o do fardão, com Os Mutantes acompanhando Gil), fico com Ele falava Nisso Todo Dia e Luzia Luluza. É o álbum tropicalista de Gil.

Do disco de 1969 (gravado entre a prisão e a ida para o exílio), destaco Futurível e Vitrines. Gil gravou voz e violão em Salvador. Rogério Duprat finalizou o álbum.

Do disco de 1971 (gravado em Londres), gosto imensamente de Mamma (um blues) e Crazy Pop Rock (um rock). A segunda é uma parceria com Jorge Mautner.  

Os discos de 1968, 1969 e 1971 não têm nome. Chamam-se apenas Gilberto Gil. O de 1972 é Expresso 2222. Para muita gente, o melhor álbum de Gil.  

Expresso 2222 tem mais lado A do que lado B. Mas, como B, das faixas autorais, há Ele e Eu. Das não autorais, Sai do Sereno, vocal dividido com Gal Costa. 

Meio de Campo, de 1973, é o lado B – literalmente, um lado B – do compacto cujo lado A é Só Quero um Xodó. Foi feita para o jogador Afonsinho, aquele do Passe Livre. 

Tradição é do álbum Cidade do Salvador (1973/74), que ficou inédito na época em que foi gravado. Foi lançado anos depois. Tradição apareceria em Realce e em Tropicália 2.  

O álbum ao vivo gravado no Tuca (1974) não é disco de hits. Tem músicas incríveis: João Sabino, Abra o Olho e Menina Goiaba. Esta, a minha preferida. 

Lados B da trilogia RE. De Refazenda (1975), Jeca Total e O Rouxinol. De Refavela, Era Nova e Balafon. De Realce, Rebento e Logunedé.   

Chuck Berry Fields Forever é dos Doces Bárbaros (1976), Gaivota é lado B de um compacto (1977) e Chororô é do álbum ao vivo em Montreux (1978).  

Luar, Um Banda Um, Extra, Raça Humana, Dia Dorim Noite Neon, O Eterno Deus Mu Dança – álbuns da década de 1980, tempo de muito sucesso na carreira de Gil.  

Deles, escolho Sonho Molhado, Metáfora, Mar de Copacabana, Feliz por um Triz, Febril, Touches Pas a Mon Pote, Casinha Feliz e Requiem pra Mãe Menininha do Gantois

Em Parabolicamará (1991), Gil finalmente gravou a moda de viola Um Sonho, que ele cantava na turnê Refavela (1977). Tem também O Fim da História.  

O rock As Coisas é de Tropicália 2, disco de 1993 feito em parceria com Caetano Veloso nos 25 anos do Tropicalismo. A letra desse rock é de Arnaldo Antunes.  

O duplo Quanta, de 1997, é um dos grandes discos de Gil. É quase todo lado B. Sala do Som é homenagem a Milton Nascimento. De Ouro e Marfim é tributo a Tom Jobim. Um Abraço no João é para João Gilberto. O Mar e o Lago é para Mário Lago.   

As Canções de Eu Tu Eles (2000) tem O Amor Daqui de Casa e As Pegadas do Amor. Banda Larga Cordel (2008) tem La Renaissance Africaine e Máquina de Ritmo

Fecho com Lia e Deia e Prece. Estão em OK OK OK, álbum autoral de inéditas lançado em 2018. 44 lados B de Gil. Grandes momentos do seu vasto cancioneiro. Ouçamos.  

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