Presidente Lula em pronunciamento.
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Para quem acompanhou a agenda do presidente Lula (PT) na última sexta-feira, na Paraíba, ficou a sensação de que alguns passos dados por ele aqui no Estado foram atípicos. O petista chegou na Paraíba já na noite da quinta-feira e pernoitou em João Pessoa, mesmo sem compromissos oficiais. Algo não comum.
Depois disso, é preciso observar também o discurso de afago para o Congresso Nacional feito por Lula durante a solenidade no Centro de Convenções. Ele defendeu a política e a harmonia entre o Executivo e o Legislativo.
Registrei isso no Blog naquele dia.
E ainda a distância entre o petista e membros de seu próprio partido. A agenda presidencial foi articulada sem nenhuma ingerência, ou articulação, dos dirigentes do PT paraibano.
Em vez disso, estavam no entorno do presidente deputados e senadores paraibanos. Alguns muito mais bolsonaristas que lulistas.
No palanque uma das cadeiras foi ocupada pelo paraibano Hugo Motta (Republicanos), que já vinha sendo cotado nos bastidores como potencial candidato à sucessão de Arthur Lira (PP) faz algum tempo.
Mas que, coincidentemente após a visita do presidente aqui no Estado, passou a ser o ‘favorito’ na disputa.
Ontem o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, deixou o páreo, em um cenário onde Hugo é apontado como um nome de consenso, que agradaria a Arthur Lira e, também, ao Governo.
Seria um ‘meio termo’, diante da possibilidade da Câmara ter como presidente o deputado Elmar Nascimento, do União Brasil – mais distante de Lula que Hugo Motta.
A ascensão de Motta explica muito a presença de Lula na Paraíba. Não dá pra compreender a elevação da cotação do nome do paraibano sem considerar as conversas, os gestos e movimentos feitos aqui pelo presidente.
Uma coisa parece ter tudo a ver com a outra.