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Opinião: Eleitor é o maior prejudicado quando Cícero evita entrevista no JPB2

CBN Paraíba

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Foto: Reprodução/TV Cabo Branco.

Mais de 300 mil pessoas assistem diariamente o JPB2, de João Pessoa, apresentado por Larissa Pereira. De cada 100 televisões ligadas, 50 estão no telejornal na sua área de alcance. Os dados são do último Kantar/Ibope (Set. 2024)

É nesse telejornal, o de maior audiência do estado, o mais importante, que serão realizadas as entrevistas com os candidatos a prefeito, neste segundo turno, das duas maiores cidades do estado, João Pessoa e Campina Grande. 

Nesta segunda-feira (14), na capital, o eleitor teria mais uma oportunidade de conhecer as propostas, as ideias, as contradições, de ter explicações sobre a vida política e pública de Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição. 

Mas a equipe de campanha alegou incompatibilidade de agenda, por causa de um debate de TV, que vai ocorrer no mesmo dia, mas às 22h30 minutos.

Também não quis participar em outra data disponibilizada pela emissora.

O eleitor é o maior prejudicado quando Cícero e equipe evitam entrevista no JPB2, com data reservada em reunião no dia 02 de maio, há cinco meses. 

A explicação oficial não se alinha com os fatos que geraram a impossibilidade e soa como desculpa para evitar qualquer desgaste que uma pergunta incômoda e um tema sensível podem trazer.

Ou com um questionamento sobre a viabilidade de uma proposta, que nasce da cabeça dos marqueteiros, mas sem aplicação na vida real. 

Tem ainda a pergunta sobre promessas que viraram palavras ao vento.

Todas precisam ter respostas e é lamentável que elas não virão.    

Cícero é personagem da vez, mas é bom lembrar que gestor público, agente político, não pode driblar o direito do eleitor de saber mais, ouvir mais, ter mais esclarecimentos sobre questões que são propositalmente (ou não) escondidas, que não são claras, que precisam de luz, principalmente em um período eleitoral. 

Como estratégia de campanha, não participar pode até ser um ganho. É a lógica do perder menos. Mas desvirtua todo o ritual que se desenha democrático no período eleitoral, para os que se dizem republicanos. 

A maturidade política exige coragem de prestar conta, de ficar frente a frente com o cidadão-eleitor nas situações boas e ruins; de mostrar acertos, assumir erros e apresentar desvios de rota que qualquer gestão pública exige. 

Não teremos nada disso no JPB2. Venceram os que fizeram de tudo para que o candidato à reeleição fugisse de sua obrigação, negando-se encarar o que está fora da própria bolha. 

Foi imposta uma derrota ao eleitor. 

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