João Azevêdo se mostrou inclinado a discordar do posicionamento dos parlamentares no tocante às fogueiras.
(Foto: Divulgação / SECOM)
Não é segredo para ninguém o aumento das insatisfações de alguns deputados da base com o governador João Azevêdo (PSB) e com o Governo, após o primeiro turno das eleições deste ano. A lista é razoavelmente extensa.
Jane Panta (PP) em Santa Rita; Júnior Araújo (PSB) e Doutora Paula (PP) na região de Cajazeiras; Galego Souza (PP) por conta da eleição em São Bento; e Eduardo Brito (SD) em Mamanguape.
Fala-se até na criação de um bloco ‘independente’ na Assembleia.
O motivo é o mesmo: o envolvimento do Governo em chapas adversárias, nas cidades onde esses deputados tinham candidaturas disputando o pleito.
O Governo perdeu em Cajazeiras para a candidata de Paula e Júnior Araújo, assim como em Santa Rita para a candidatura do PP, de Jane Panta. Mas contribuiu com as derrotas dos grupos de Galego Souza em São Bento e Eduardo Brito em Mamanguape.
Mas um movimento tem sido, surpreendentemente, executado pelos aliados do governador e por ele mesmo. O de cobrar, dos partidos desses deputados, o alinhamento com a base – com vistas a 2026.
Semanas atrás o próprio João disse que as arestas deveriam ser resolvidas pelas legendas – um recado para o PP de Aguinaldo e Lucas Ribeiro. Dias atrás foi a vez do secretário de Comunicação do Estado, Nonato Bandeira, fazer referências ao projeto estadual.
A estratégia pode significar, mais à frente, um tiro no pé para o Governo.
Termina incomodando ainda mais os partidos aliados. Além disso, é conveniente lembrar que cobrar uma posição agora sobre o projeto estadual, diante ainda da falta de conclusão das eleições de 2024, acaba abrindo a porta para que esses mesmos aliados (PP, sobretudo) cobrem, daqui a alguns meses, uma definição de João Azevêdo sobre o cenário de 2026.
E João e o Governo não poderão, por consequência, reclamar da antecipação das discussões. Depois de terem antecipado, ainda antes do fim de 2024, o tema.