O bem-estar emocional dos Pais tem impacto direto no dos filhos..
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Nos últimos anos, o tema da saúde mental tem ganhado cada vez mais espaço nas conversas familiares, nas escolas e até mesmo no ambiente de trabalho. A pressão por resultados, a hiperconexão às redes sociais e os desafios impostos pela vida moderna afetam tanto adultos quanto crianças. Mas surge uma pergunta importante: quem sofre mais, nós ou nossos filhos? Embora as dificuldades sejam diferentes, a resposta pode nos levar a uma solução comum: a educação socioemocional.
O Cenário Atual
Os adultos enfrentam responsabilidades financeiras, familiares e sociais que frequentemente levam ao esgotamento mental. Por outro lado, crianças e adolescentes estão crescendo em um mundo hiperconectado, onde as redes sociais ditam padrões muitas vezes inalcançáveis de sucesso e aparência. Além disso, as gerações mais novas lidam com crises globais, mudanças climáticas e uma constante cobrança por desempenho acadêmico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais já estão entre as principais causas de incapacidade em adolescentes e jovens adultos. Sintomas como ansiedade e depressão começam a aparecer cada vez mais cedo, muitas vezes sem que os pais percebam.
Por Que a Educação Socioemocional é Essencial?
É nesse contexto que a educação socioemocional surge como uma ferramenta poderosa para lidar com esses desafios. Ao ensinar habilidades como autoconsciência, empatia, gestão emocional e resiliência, ela ajuda crianças e adolescentes a reconhecer e lidar com suas emoções, reduzindo o impacto do sofrimento mental.
Mas essa abordagem não é exclusiva para os jovens. Nós, adultos, também podemos nos beneficiar. Afinal, como ajudar nossos filhos a enfrentar seus desafios se também estamos emocionalmente vulneráveis? A educação socioemocional nos ensina a identificar nossas emoções, a enfrentar dificuldades e a melhorar nossos relacionamentos.
Os Filhos Refletem os Pais
O bem-estar emocional dos pais tem impacto direto no dos filhos. Estudos mostram que quando os adultos não conseguem lidar bem com suas emoções, as crianças tendem a absorver esse estresse. Por outro lado, quando pais demonstram habilidades socioemocionais, eles se tornam modelos positivos, promovendo um ambiente familiar mais equilibrado e saudável.
Esse é um dos motivos pelos quais envolver toda a família em iniciativas de educação socioemocional é tão importante. Escolas que adotam programas dessa natureza relatam não apenas melhorias no desempenho acadêmico, mas também um ambiente mais saudável para todos.
Como Começar?
Seja na escola ou em casa, pequenos passos podem fazer uma grande diferença. Aqui estão algumas sugestões para implementar a educação socioemocional no dia a dia:
1. Converse sobre emoções: Crie um espaço seguro para que os sentimentos sejam expressos. Pergunte aos seus filhos como estão se sentindo e compartilhe suas próprias emoções. Isso normaliza o diálogo emocional.
2. Dê o exemplo: Mostre aos seus filhos como lidar com desafios emocionais, demonstrando resiliência e empatia.
3. Busque apoio: Muitas escolas já possuem programas de educação socioemocional. Além disso, há recursos online que podem ajudar toda a família a desenvolver essas habilidades.
Ferramentas Gratuitas para Educação Socioemocional
Se você está buscando formas práticas e acessíveis de introduzir a educação socioemocional, confira algumas plataformas gratuitas que oferecem cursos e recursos de qualidade:
Escolas Conectadas: Com cursos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a plataforma oferece conteúdos autoformativos que ajudam a desenvolver competências socioemocionais. [Acesse aqui]Plataforma Humane: Desenvolvida pelo Instituto Ayrton Senna, a Humane disponibiliza cursos livres sobre alfabetização, educação integral e competências socioemocionais. [Acesse aqui]Fundação Bradesco – Escola Virtual: Em parceria com o Programa Semente, oferece cursos gratuitos focados no desenvolvimento socioemocional. [Acesse aqui]
O Futuro Depende de Nossas Escolhas
No fim das contas, talvez a pergunta “quem sofre mais?” não seja a mais importante. Tanto os adultos quanto os jovens enfrentam desafios significativos, mas a boa notícia é que podemos aprender juntos a lidar com eles. A educação socioemocional não é apenas uma ferramenta para o presente; é um investimento em um futuro mais equilibrado e feliz.
Que tal começar essa mudança hoje? Afinal, cuidar das emoções é cuidar da vida.
André Telis de Vilela é médico, cirurgião cardiovascular, doutor em medicina pela UNIFESP e professor da UFPB. Colunista de saúde do Jornal da Paraíba, Tv Cabo Branco e rádio CBN.