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O presidente John Kennedy fez a promessa de que, antes do término da década de 1960, os Estados Unidos poriam um homem na Lua.
Os soviéticos haviam surpreendido o mundo, partindo na frente dos americanos, quando, em 1957, inauguraram a era dos satélites artificiais e, em 1961, fizeram de Yuri Gagarin o primeiro homem a orbitar o nosso planeta.
Se a frase de Gagarin – “A Terra é azul” – abre a década de 1960, a de Neil Armstrong fecha. “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade”, foi o que ele disse ao pisar no solo lunar naquele domingo, 20 julho de 1969.
Em seguida, Edwin (Buzz) Aldrin juntou-se a ele. Michael Collins, o terceiro astronauta da missão, permaneceu na nave Apollo.
Lembro bem daquele 20 de julho de 1969 que completa 55 anos neste sábado, 20 de julho de 2024. Ao entardecer, a Lua, em fase crescente, estava sobre nossas cabeças.
Aos 10 anos, vi ao vivo pela televisão. Transmissão tão histórica quanto precária. Imagem em preto e branco cheia de ruídos, áudio de péssima qualidade. Todos os defeitos suplantados pela emoção de testemunhar aquele instante.
Uma outra frase entrou para a história: “A Águia pousou”. Foi pronunciada no momento em que o módulo lunar fincou os pés na Lua. O pequeno módulo levou Armstrong e Aldrin da nave Apollo 11 até o Mar da Tranquilidade, a área escolhida para a chegada dos desbravadores.
Nos anos 1960, todos estavam nas mãos de duas potências antagônicas, os Estados Unidos e a União Soviética. Elas investiram na corrida espacial e a transformaram num símbolo do seu poder. A grande meta era a Lua. A sua conquista sobrepôs uma nação à outra no tempo da Guerra Fria.
O projeto Apollo foi pensado para culminar com o que o mundo testemunhou em 20 de julho de 1969. Um voo anterior ao da Apollo 11, no Natal de 1968, orbitou a Lua e fez belas fotografias da Terra vista de longe.
As ações dos americanos frequentavam a mídia com uma intensidade que fazia crer que eles chegariam à Lua antes dos soviéticos. Mas estes poderiam surpreender, garantiam na época os que torciam pelo bloco socialista.
No final, o incontestável pioneirismo foi dos Estados Unidos. A União Soviética optou por uma operação menos dispendiosa e mais discreta do que os voos tripulados: enviou uma sonda para colher amostras do solo lunar.
A concretização do sonho do presidente Kennedy colocou os EUA na frente. Neil Armstrong se transformou num herói americano. Entrou para a história como o primeiro homem a pisar na Lua, um feito que vai além das disputas da época, dos confrontos da Guerra Fria.
Admirável que tenha conseguido uma vida discreta nos 43 que separaram o voo da Apollo 11 da sua morte em 2012.