Me lembro de andar por Campina Grande e ver Biliu de Campina inúmeras vezes.
Aos domingos, em minha infância, quando levada pelo meu pai ao Centro da cidade, Biliu era o encontro certo.
A figura caricata daquele homem de barba branca com um pandeiro na mão faz parte não só do meu imaginário, mas da memória de muita gente.
A lembrança viva de Biliu está enraizada na vida da Campina que cresceu ouvindo o pandeiro dele ecoar Jackson.
A mesma Campina que viu alguns de seus principais pontos se tornarem a personificação de Biliu.
Quem nunca foi ao Calçadão da Cardoso Vieira e o encontrou “forrobodiando”?
Quem nunca o viu tomando um cafezinho e batendo prosa na Praça da Bandeira?
É por isso que me atrevo inspirada por ele a dizer: o Biliu de Campina partiu, mas deixa a Campina de Biliu.
Para além de sua obra, o maior carrego do Brasil, como ele mesmo fazia questão de falar, será eternizado também como Campina Grande.
A cidade que Severino Xavier de Souza, o nosso Biliu, fez questão de carregar no nome, agora o carrega também em cada lugar. Em cada menção.
Afinal, com quantos Bilius se faz uma Campina?
Ele respondeu essa pergunta quando mostrou com quantos Jacksons se faz uma Paraíba.
Agora, a resposta fica também por conta de Helloysa, de Fabiano, de Gitana, e de tantos outros de Campina que carregam Biliu no coração e na arte.
É no pertencimento de Biliu que mora a cultura popular campinense. E é na cultura de Campina Grande que Biliu será sempre lembrado.
No “Forró em Campina”, Jackson não titubeou em dizer lembrar de Maria Pororoca, Josefa Tiburtino, Carminha Vilar… E não titubearia em dizer lembrar do Biliu que tanto o cantou.
Nas nossas memórias, nos nossos corações…
Biliu, “se Campina já viu melhor” que você, não se lembra!
A sua forrobodologia, a eterna reverência da Campina de Biliu.