Carvalho começou a ouvir falar de Giocondo ainda na infância (Foto: Diogo Almeida/G1).
Vladimir Carvalho, cineasta paraibano | Foto: Arquivo
O cineasta Vladimir Carvalho, um dos maiores nomes do cinema brasileiro, morreu na manhã desta quinta-feira (24) aos 89 anos, em Brasília. Mais informações sobre as circunstâncias ainda estão sendo apuradas.
Natural de Itabaiana, na Paraíba, nascido em 1935, Vladimir Carvalho construiu uma carreira notável, com mais de 10 documentários que abordam temas fundamentais da política e da história do Brasil.
Vladimir iniciou sua trajetória em João Pessoa, Paraíba. Foi aluno de Linduarte Noronha, com quem mais tarde colaborou como assistente de direção na obra Aruanda — filme que até hoje é considerado um dos mais importantes para a história do cinema paraibano.
Mais tarde, transferiu-se para Salvador, onde se envolveu com o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE e conheceu figuras importantes como Glauber Rocha, integrando o movimento do Cinema Novo.
Na década de 1960, Vladimir se destacou como documentarista ao trabalhar com Eduardo Coutinho no filme Cabra Marcado para Morrer.
Durante o golpe militar de 1964, precisou entrar na clandestinidade para se proteger, mas continuou a produzir filmes, como Romeiros da Guia. Depois, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, cobrindo momentos importantes da resistência contra a ditadura.
Mas a relação com o Nordeste permaneceu viva em seus projetos. Foi em 1971 que se consolidou entre os grandes cineastas do país com o documentário O País de São Saruê, censurado pela ditadura, que narra as secas da região de Rio do Peixe, no Sertão de seu estado.
Já em Brasília, Vladimir estabeleceu sua carreira como professor. Ele fundou a Cinememória e foi reconhecido como uma das grandes figuras do cinema documental brasileiro, recebendo homenagens como o título de Cidadão Honorário de Brasília e a nomeação como embaixador cultural do Distrito Federal.