Veneziano e Daniella votaram a favor de empréstimo na Comissão de Assuntos Econômicos e no plenário.
O que deveria ser um momento de comemoração, com a aprovação na sessão de ontem do Senado da autorização para liberar 44 milhões de Euros para o município de João Pessoa em um empréstimo, terminou em confusão. Com acusações feitas pela senadora Daniella Ribeiro (PP) contra o senador Veneziano Vital (MDB).
Tudo teve início quando Veneziano usou a palavra para comemorar a aprovação do projeto, que autorizou o empréstimo junto a uma instituição francesa.
Depois dele, a senadora Daniella Ribeiro voltou a falar sobre o tema e acusou o emedebista de ter trabalhado, nos bastidores, contra a aprovação da proposta.
Os recursos do empréstimo, algo em torno de R$ 260 milhões, serão usados em obras de mobilidade urbana na Capital.
Veneziano rebateu. Negou que tenha trabalhado contra e insinuou que foi Daniella que tentou barrar, no Senado, a aprovação de um outro empréstimo – para a prefeitura de Campina Grande.
Em seguida, diante dos olhares perplexos de outros senadores, o senador André Amaral (UB) saiu em defesa de Veneziano.
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Análise
A ‘briga’ entre Veneziano e Daniella tem um contexto. Os dois são adversários políticos há muito tempo e são, também, potenciais candidatos à reeleição para o Senado. Têm protagonizado, vez por outra, polêmicas e enfrentamentos no Estado.
Mas no caso de ontem a acusação feita por Daniella é muito grave. Ela diz ter prints que provariam as declarações. E precisa, agora, apresentar essas informações.
Independente do mérito, há uma outra questão a ser observada. A forma e o ambiente escolhidos pela senadora paraibana são inapropriados. O Plenário do Senado deveria servir para debater os grandes temas nacionais, e não querelas paroquiais da política dos Estados.
O discurso caberia até durante uma campanha eleitoral, mas não no Plenário do Senado.
O fato mostra que a nossa classe política, ou pelo menos parte dela, não tem maturidade suficiente para se unir diante de grandes temas, que interessam à sociedade. Ficou evidente que, até na hora de comemorar, nós continuamos brigando!