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CRM-PB interdita eticamente maternidade de Bayeux por irregularidades na limpeza

CBN Paraíba

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Hospital Materno-Infantil João Marsicano, em Bayeux.

Francisco França/Arquivo

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente os médicos que trabalham no bloco cirúrgico, na sala de triagem obstétrica e nas enfermarias do Hospital Materno Infantil João Marsicano, em Bayeux, a partir desta quinta-feira (17), após fiscalização feita na noite do dia anterior. A equipe de fiscalização do CRM-PB constatou que a lavanderia e o bloco cirúrgico do hospital estão sem funcionar, o que traz riscos ao atendimento da população e ao ato médico.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) também fizeram uma inspeção no hospital nesta quarta (16) e suspenderam os procedimentos e cirurgias, pelos mesmos motivos constatados pelo CRM-PB.

“Estão em péssimas condições de estrutura que não foram resolvidas, falta de pontos de oxigênio, e falta de saneantes, que são fundamentais para a limpeza do hospital. Os médicos não devem admitir novos pacientes, devem cuidar do que lá ainda se encontram antes que sejam transferidos. Esperamos que rapidamente isso tudo seja resolvido, mas nós temos que garantir as condições mínimas, e hoje não existe a mínima condição de que uma pessoa seja atendida”, explicou Bruno Leandro de Souza, presidente do CRM-PB.

A Prefeitura de Bayeux informou, por meio de nota oficial, que está ciente da decisão do CRM em interditar eticamente o setor médico do Hospital Materno Infantil, que está tomando todas as providências cabíveis a partir das exigências feitas pelo órgão fiscalizador para que seja restabelecido, o mais rápido possível, o serviço médico na unidade.

De acordo com a Agevisa, a lavanderia do hospital não possui saneantes adequados. Desta forma, a desinfecção dos setores acaba ficando comprometida. Os atendimentos do ambulatório do hospital, no entanto, continuam normalmente, já que o setor não foi interditado. No momento da vistoria não havia mulheres em trabalho de parto ou que acabaram de parir internadas.

As informações sobre a situação da unidade hospitalar foram repassadas à direção do hospital e o relatório com as constatações do CRM-PB será enviado para a Secretaria Municipal de Saúde de Bayeux. Até que as inconformidades relatadas sejam corrigidas, será mantida a interdição ética dos médicos que trabalham no hospital.

Em janeiro deste ano, o CRM-PB realizou uma inspeção que constatou a ausência de médicos obstetras e anestesistas na unidade. O problema, segundo o órgão, acontece desde novembro de 2023. A prefeitura de Bayeux chegou a contratar uma empresa terceirizada para suprir a deficiência, mas o problema não foi resolvido e, com isso, estavam faltando médicos para os plantões.

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