Cartaxo e o PSOL
O Diretório Municipal do PSOL de João Pessoa recorrer da decisão da Justiça que proibiu a realização de reunião da cúpula da legenda para decidir sobre a manutenção da pré-candidatura de Celso Batista (PSOL) ou apoio ao deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) à Prefeitura da capital, sem ouvir os demais filiados.
Segundo a presidente do PSOL da capital, Áurea Augusta, a decisão foi tomada por 8 votos a um contrário durante uma reunião realizada na noite desta segunda-feira (15), que foi interrompida pela chegada do oficial de Justiça com a notificação para cumprimento da decisão do juiz Ricardo da Silva Brito, da 10ª Vara Cível de João Pessoa.
Na decisão, o juiz determina que não seja deliberada nenhuma posição da executiva municipal do PSOL em relação a manter a pré-candidatura ou fazer coligação com o PT, nem sobre convenções partidárias. Também estabeleceu prazo de 72h para que seja convocada uma plenária para ouvir democraticamente os filiados sobre essas questões.
“A gente cumpriu o que a justiça determinou. Não deliberamos sobre esses dois pontos, mas mantivemos a reunião, discutimos sobre os informes que a gente tinha para dar e inserimos como pauta também a discussão sobre o processo. E o Diretório Municipal, por oito votos a um contrário e uma abstenção, se colocou que a gente vai constituir advogado”, explicou Áurea Augusta.
Divergência no PSOL
O ex-presidente do PSOL, Tárcio Teixeira, que é favorável a uma aliança em torno de Cartaxo, comemorou a decisão da Justiça e o recurso. A expectativa dele é que uma reunião já aconteça na próxima quinta-feira (18) para deliberar sobre a questão.
“A Direção Municipal, em seu estatuto, tem toda autoridade e legitimidade, é uma direção que foi aprovada em plenária de filiados, que foi escolhida em congresso do nosso pessoal. Nós entendemos que o momento agora é de enfrentar a extrema-direita, que já aparece em algumas pesquisas em segundo lugar, e eleger os primeiros parlamentares do pessoal. Estamos confiantes com essa nossa reunião da quinta e acreditando na unidade do pessoal”, comentou Tárcio, À CBN Paraíba.
Já Alexandre Soares, que foi candidato ao Senado em 2022, criticou o modo como o processo está sendo conduzido. Ele é defensor que a militância seja consultada através de plenária por considerar que a maioria do partido estima pela candidatura própria.
À CBN Paraíba, ele também criticou a tese de coligação com o Cartaxo. “Nós temos uma maioria do partido que estima pela candidatura própria, defende a candidatura própria e rejeita a coligação com o Cartaxo. Veja, houve um esforço do nosso lado no sentido de abrir o diálogo, de conversar com o PT, mas foi uma candidatura que foi forjada nas bases em que a gente conhece, por cima com Ricardo Coutinho intervindo dentro das decisões internas do Partido dos Trabalhadores e agora querendo avançar para cima do PSOL”, declarou.