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“Ele tinha envolvimento…”: nova série do JPB1 revela violência de facções na Grande João Pessoa

CBN Paraíba

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Reprodução/TV Cabo Branco

A escalada da violência na Grande João Pessoa, impulsionada pela disputa de novas facções criminosas, é o tema da nova série “Ele tinha envolvimento…”, que estreia no JPB1, das TVs Cabo Branco e Paraíba, nesta segunda-feira (28).

Dividida em três episódios, a produção retrata como o avanço desses grupos alterou a rotina de comunidades e das forças de segurança, após uma explosão nos índices de homicídios registrada nos últimos dois anos.

Só em Cabedelo, o aumento da violência resultou em uma variação superior a 600% no número de homicídios entre 2022 e 2024, de acordo com dados do Ministério da Justiça.

Inquietude com a escalada da violência gerou a série

A série parte de uma inquietação comum nas reportagens policiais recentes: a justificativa recorrente de que as vítimas “tinham envolvimento” com o tráfico de drogas.

“O JPB1 tem como característica ficar atento às notícias policiais, informando com responsabilidade casos que afetam diretamente a sociedade. Nossa equipe ficou inquieta com o aumento dos casos nos últimos anos e com uma expressão ouvida na maioria deles, que diz que a vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas”, explica o editor-chefe Joalisson Douglas.

A série ainda aponta como a chamada “Guerra às Drogas” refletiu no aumento da letalidade policial na Paraíba.

A provocação está no título e na proposta: mostrar que a realidade vai além do rótulo e que, em muitos casos, vidas foram interrompidas em meio a um cenário de vulnerabilidade social e disputas armadas.

‘É nosso dever enquanto jornalistas compartilhar os detalhes dessa realidade’

No primeiro episódio, a série mergulha em comunidades marcadas pela dor e pela resistência diante da violência crescente.

“Chamou atenção, principalmente, a repetição de padrão. Jovens negros e de periferia perdendo a vida, o que faz parte de um cenário nacional: o racismo estrutural presente nas condições de vida das nossas comunidades”, relata a repórter Ana Beatriz Rocha.

De acordo com o Atlas da Violência, entre 2012 e 2022, 9 a cada 10 pessoas assassinadas no Brasil eram negras.

A produção também percorre cidades da região metropolitana e revela os impactos dos conflitos no cotidiano das famílias, nas escolas e na atuação da polícia.

Por trás de cada história contada, há meses de pesquisa e desafios para conquistar a confiança de quem vive o medo diariamente.

“Foi muito desafiador. Por inúmeras vezes tivemos dificuldade para conseguir entrevistas, as pessoas estão com muito medo. O resultado é um trabalho de meses, feito a partir de diversas análises, para lançar luz sobre um problema que precisa ser encarado de forma mais estratégica e humanizada”, conta Ana Beatriz.

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