Foto: Reprodução G1.
Laerte Cerqueira
O 3º turno das eleições em João Pessoa já começou. Isso mesmo. Embora a segunda etapa do pleito ainda nem tenha sido concluída. O 2º turno acontece no próximo domingo, mas as campanhas de Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL) ingressaram na Justiça com Aijes (Ação de Investigação Judicial Eleitoral).
Nelas Queiroga e Cícero pedem a cassação dos registros de candidatura e/ou dos diplomas.
A Aije de Cícero foi protocolada e divulgada rapidamente pela campanha do candidato.
No documento os advogados apontam abuso de poder político e econômico por parte de Queiroga, através da utilização indevida dos meios de comunicação.
Conforme a ação, durante o primeiro turno o candidato bolsonarista teria exagerado em peças publicitárias difamatórias. São mais de 50 processos que foram parar no Judiciário e tiveram decisões favoráveis a Cícero, de acordo com os autores da Aije.
A defesa de Queiroga informou que, por enquanto, não vai comentar a ação.
Por outro lado, os advogados do candidato do PL protocolaram no dia 8 deste mês uma outra Aije. Eles questionam o registro de candidatura de Cícero e o possível diploma a partir do conteúdo das investigações Território Livre e Mandare, da Polícia Federal. Eles citam o envolvimento de familiares do candidato (Lauremília e Janine Lucena) nas apurações.
Para a campanha, teria ocorrido também abuso de poder econômico e político por parte do candidato do Progressistas. A defesa de Cícero afirmou que já se manifestou no processo.
O candidato, especificamente, não foi alvo da PF.
Um detalhe interessante, a ser observado, é que a campanha de Queiroga optou por não divulgar a Aije quando a ação foi protocolada – dia 8 deste mês. Muito possivelmente por uma estratégia para o 2º turno.
É que, além da finalidade técnica-jurídica – que busca a cassação de mandatos, as Aijes também possuem um elemento de narrativa para as campanhas. E talvez, nesse momento, não fosse interessante para a campanha do PL a divulgação da ação.
Poderia, por exemplo, abrir margem para Cícero dizer que Queiroga estaria considerando já uma eventual derrota no 2º turno e buscando um 3º turno no ‘tapetão’.
Já para a campanha de Cícero, nesse instante da disputa, a Aije também possui uma finalidade discursiva. Muito provavelmente para lembrar o eleitor de que ele estaria sendo alvo daquilo que considera críticas infundadas por parte de seu adversário.
Se as Aijes irão dar resultados futuros e terminar na cassação de diplomas, somente o tempo dirá. Por enquanto elas iniciam, contudo, um 3º turno na Capital.
Veja na íntegra as duas Aijes – de Cícero e Queiroga