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João Pessoa entrega 12 mil unidades habitacionais por ano, mas setor tem baixa em empregos

CBN Paraíba

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Condomínio Nice de Oliveira, no bairro do Paratibe, em João Pessoa — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco.

Condomínio Nice de Oliveira, no bairro do Paratibe, em João Pessoa — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Uma média de 12 mil unidades habitacionais são entregues por ano em João Pessoa, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinducon-JP). Porém, ainda conforme o sindicato, o atual desafio do setor é conquistar trabalhadores.

O número já se mantém por 10 anos e inclui obras mais simples, como apartamentos do Minha Casa Minha Vida, até condomínios de alto padrão. 

Nos últimos dezoito meses, quase mil vagas para pedreiros e serventes foram abertas em João Pessoa, mas de acordo com a coordenadora adjunta do SINE João Pessoa, Jéssica Barros, as construtoras e quem atua na área têm tido muita dificuldade em encontrar cargos basilares, principalmente em obras.

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“Muitos apostam na qualificação, mas o que exige maior qualificação são cargos de nível superior ou técnicos que também precisam de ampla experiência. Essa oferta é menor, mas para pedreiro a única exigência é experiência e para servente essa exigência ainda consegue ser mais dispensada. Muitas empresas já começam a captar essa mão de obra sem experiência”, disse Jéssica.

Diversos fatores contribuem para a baixa adesão a esse tipo de emprego, desde o salário até a carga horária de trabalho.

A coordenadora do SINE explica que essas vagas ficam abertas há meses de forma perene, principalmente porque a compensação por este tipo de serviço ainda é baixa. “A lacuna desse tipo de profissional é inegável. Geralmente, eles recebem só o piso da categoria, que é um pouquinho mais que o salário mínimo. Então, o atrativo monetário para que esse jovem, geralmente quem entra como servente, tenha interesse em participar desse tipo de ocupação é baixo”, afirma.

A coordenadora do SINE avalia que os profissionais da construção qualificados têm escolhido a informalidade em busca de mais remuneração: “um bom pedreiro, por exemplo, consegue lucrar muito mais trabalhando de forma autônoma do que como CLT, com aquele salário fixo mensal”, pontua.

Já os mais jovens estão em busca de tempo de qualidade e a uberização do trabalho está começando a afastá-los dessas profissões. “O jovem tem a opção de ser Uber, o que lhe dá liberdade de horário e de fazer seu próprio roteiro do dia, além de fazer sua renda mensal. Então, são várias variáveis que, quando enxergamos esse panorama, identificamos falta de valorização e incentivo, e a escolha de não ter um trabalho tão fisicamente exigente”, finaliza a coordenadora do Sine.

Crescimento do setor

A construção civil é responsável por um terço do PIB da indústria paraibana. Ou seja, 33% do que a indústria produz na Paraíba, cabe, segundo o presidente do Sinducon-JP, à construção civil.

O mercado de trabalho explica esse aquecimento na economia, com meses sequenciais de saldo positivo nas vagas de emprego em 2024.

De acordo com a última pesquisa do Caged, no mês de março, o setor da construção civil esteve entre os principais com saldo positivo, elevando o mercado de trabalho de um modo geral com um saldo de 645 postos de trabalho.

“Dos 80 mil empregos da indústria paraibana, 50 mil é da construção civil. Um mercado rotativo e sempre ativo. Isso demonstra que um estado para se desenvolver, crescer economicamente, tem que fazer com que a indústria chegue no território”, explica o presidente do Sinduscon-JP, Wagner Breckenfeld.

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