Estudantes das universidades públicas de Campina Grande.
Foto: TV Paraíba / Reprodução.
Bright Owusu Ansah atravessou o Oceano Atlântico, partindo de Gana, na África, para estudar medicina na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O futuro médico faz parte dos 62% de estudantes que não são naturais do município, localizado no Agreste da Paraíba, mas estudam nas instituições públicas de ensino superior da cidade, que é referência na área de educação.
No geral, isso quer dizer que 6 em 10 cada alunos das universidades públicas de Campina Grande são de outras cidades, de outros estados ou até de outros países. A cidade completa 160 anos nesta sexta-feira (11) e tem como marca a forma que acolhe a quem a escolhe como lar.
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Conforme dados levantados com a UFCG, 13.574 alunos estão matriculados apenas em Campina Grande. Mas também há campi em Cajazeiras, Cuité, Patos, Pombal, Sousa e Sumé.
Desse total, apenas 3.556 são estudantes de Campina Grande. Ou seja, 26,20% correspondem a universitários campinenses. Então, na instituição, 73,80% são discentes de outros municípios, estados ou países.
Já na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), 13.029 alunos estão matriculados apenas na cidade. Mas também há campi em Araruna, Catolé do Rocha, Guarabira, João Pessoa, Lagoa Seca, Monteiro e Patos.
Desse total, apenas 6.305 são estudantes de Campina Grande. Ou seja, 48.40% correspondem a universitários campinenses. Então, na instituição, 51.60% são discentes de outros municípios, estados ou países.
Bright Owusu Ansah, estudante de medicina da UFCG.
Foto: TV Paraíba / Reprodução.
No caso de Bright, antes de chegar à Rainha da Borborema, a primeira parada em solo paraibano foi na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. Depois de ser aprovado em um processo seletivo que assegurou a vaga para cursar medicina na UFCG, o primeiro desafio foi aprender a ler e escrever em português, já que ele foi alfabetizado em inglês.
Mas foi quando chegou em Campina Grande que ele se sentiu em casa de novo.
“As pessoas aqui são bem acolhedoras. Do jeito que foi, eu acho que me senti em casa, sabe?”, contou o estudante em língua portuguesa, mas sem perder o sotaque natal, sobre como foi recebido e os laços que construiu em Campina.
O que é que é uma família pra gente? É quando você tem pra aonde ir quando você precisa de ajuda, quando você precisa de alguém pra conversar. Então deixei minha família pra trás pra morar aqui sozinho. E quando tenho problemas ou qualquer outra coisa, eu tenho colegas com quem eu fiz amizade
Bright Owusu Ansah – estudante ganês em Campina Grande
Com Tobias Oliveira aconteceu parecido. Só que a distância entre a sala de aula e as próprias raízes é menor para ele, assim como também a área em que cada um está se formando, já que o universitário tem afinidade com a tecnologia. O renome do curso de engenharia elétrica o atraiu e fez com que ele saísse de Alagoas para Campina Grande.
“Eu decidi vir pra cá justamente por conta disso. Mas chegando aqui eu vi que a cidade é bem acolhedora, tem um clima universitário muito bom. Isso fez com que eu ficasse aqui. Já estou no final do curso. Então Campina tá no meu coração”, concluiu.
Os dados e as histórias confirmam o que muitos já sabem, pensam e sentem. A aniversariante do dia, Campina Grande, acolhe como filhos e oferece o que tem de melhor a quem a escolher como casa.
Tobias Oliveira, estudante de engenharia elétrica da UFCG.
Foto: TV Paraíba / Reprodução.