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Mulher é condenada a 19 anos de prisão por ter ajudado namorado a matar a mãe em Cuité

CBN Paraíba

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Foto: Reprodução/TV Paraíba.

Ana Beatriz Lima foi condenada a 19 anos e três meses de prisão por ajudar o namorado adolescente no assassinato da própria mãe, em Cuité, na Paraíba. A professora Honorina de Oliveira Costa, de 43 anos, foi morta a facadas, e seu corpo foi encontrado no Açude do Cais no dia 5 de novembro de 2022.

O júri popular começou na manhã desta quarta-feira (8) em Cuité e teve seu término por volta das 23h. A mulher foi condenada pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Ela foi absolvida dos crimes de feminicídio e corrupção de menores.

A defesa de Ana Beatriz alegou que ela é inocente e que foi coagido pelo namorado a ajudá-lo. Além disso, afirmaram que ela não teve participação alguma na ação criminosa, que teria sido executada exclusivamente pelo filho da professora.

O Ministério Público da Paraíba solicitou a condenação da acusada, afirmando que existem indícios e provas do envolvimento de Ana Beatriz no crime.

Na época do assassinato, Ana Beatriz tinha 18 anos e foi detida, enquanto o namorado, filho da vítima, era menor de idade. Conforme informações da TV Paraíba, ele cumpriu parte de uma medida socioeducativa, está atualmente em liberdade e atuou como testemunha no júri popular.

Relembre o crime

A professora Honorina de Oliveira Costa, de 43 anos, foi executada com violência após um golpe de faca na região do abdômen e o assassino tentou ocultar o seu corpo, amarrando nela grandes pedras em cada um de seus membros e jogando o corpo no Açude do Cais, de acordo com a Polícia Civil.

O corpo da vítima foi encontrado em 5 de novembro de 2022, mas ela já havia desaparecido três dias antes e a hipótese levantada pela polícia era a de que o responsável pelo crime tenha tentado ocultar o cadáver jogando no açude, já que vestígios de sangue e outros indícios não foram encontrados nos arredores do local.

De acordo com a polícia, o corpo da professora acabou flutuando no açude. Ela foi encontrada por uma pessoa que passava pelo local, viu o corpo boiando, e chamou a polícia.

O filho da vítima, de 17 anos, e a namorada dele, de 18 anos, foram detidos em maio de 2023, quando a investigação constatou a participação dos dois na morte da professora. Anteriormente, o companheiro de Honorina, o policial militar Antônio Abrantes, havia sido preso suspeito de participação no crime, mas, segundo a Polícia Civil, ele foi solto após o próprio filho da professora e sua namorada confessarem ter matado a vítima.

Segundo a Polícia Civil, o adolescente filho da professora e a namorada dele confessaram ter cometido o crime.

De acordo com a Polícia Civil, após a prisão do companheiro de Honorina as investigações seguiram e, a partir da quebra de sigilo do celular do filho dela, foi possível concluir que o adolescente percorreu o trajeto em direção ao local onde o corpo foi encontrado, no próprio veículo da mãe, como comprovado em imagens de circuito de câmeras.

O garoto afirmou inicialmente à polícia que na noite do crime a mãe dele teria saído de casa falando que iria encontrar o companheiro para acabar o relacionamento, informação que, segundo a polícia, motivou a prisão temporária do pai dele. Mas, ao longo da investigação, a polícia constatou que o adolescente mentiu em depoimento.

Dinâmica do crime

Após ser apreendido, o adolescente disse que o pai não sabia do crime. Ele afirmou que na noite do crime teria chegado em casa com a mãe e que logo em seguida saiu sozinho em uma motocicleta para buscar a namorada. Ele retornou até a residência da família e auxiliou a companheira a entrar por trás da casa, pulando o muro, para que ela não fosse vista pelas câmeras.

Ao entrar no local, a namorada do adolescente jogou uma corda com a qual tentou estrangular a vítima, que reagiu e começou uma luta corporal. O filho da professora então aplicou um golpe conhecido como “mata leão”, e a fez cair ao chão. A namorada dele teria segurado a vítima, e o filho dela a estrangulou até a morte, segundo o próprio adolescente afirmou em depoimento à polícia.

Após o crime, o filho de Honorina preparou uma mala com pertences, como roupas e documentos da vítima, na intenção de parecer que ela estava saindo de casa. Em seguida, colocou o corpo da mãe no porta malas do carro e seguiu junto com a namorada até um posto de combustíveis. Depois, eles apanharam pedras e foram até um açude, onde amarraram os pés e as mãos da professora. A nora da vítima desferiu um golpe de faca em seu abdômen, e depois o corpo foi jogado na água.

Os objetos usados no crime e os pertences da vítima foram abandonados na volta do casal para a casa da família, onde o casal dormiu. No dia seguinte, o adolescente foi para a escola normalmente, e a sua namorada foi para a casa.

Ainda segundo a polícia, o adolescente afirma que a motivação do crime foi um ódio que ele nutria pela mãe. Ele disse que desde 2018 pensava em matá-la, e dois meses antes do crime chegou a falar sobre o assunto com a namorada, que se dispôs a ajudá-lo. Familiares afirmaram à polícia que a professora era uma boa mãe.

O menor também afirmou que preferiu apontar que o pai era suspeito de matar a mãe para ele mesmo não ser apreendido. A polícia confirmou que o adolescente é usuário de drogas.

O filho da professora Honorina de Oliveira Costa está apreendido no Lar do Garoto, em Campina Grande, e deve responder por ato infracional semelhante ao crime de homicídio e ocultação de cadáver. A namorada dele está presa no Presídio do Serrotão, e deve responder por homicídio qualificado e corrupção de menor. Os dois seguem à disposição da Justiça.

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