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Se é possível estabelecer o dia em que o rock nasceu, este é o da gravação de That’s All Right por Elvis Presley. Foi em cinco de julho de 1954 no estúdio da Sun Records, em Memphis, Tennessee.
Há muitas outras manifestações que apontam para o nascimento do rock, o marco zero, mas não são poucos os que advogam que o registro pioneiro da fórmula perfeita está ali, na gravação de Elvis.
A fórmula é a fusão do rhythm and blues dos pretos com o country and western dos brancos, e Elvis a encontrou por acaso numa sessão na Sun Records, ao lado do guitarrista Scotty Moore e do baixista Bill Black.
Em 1954, Elvis Presley era um rapaz pobre que morava em Memphis com Vernon, seu pai, e Gladys, sua mãe. Aprendera a cantar na igreja e, um dia, procurou a Sun para gravar um acetato que daria de presente à mãe.
A gravação de My Happiness aproximou Elvis de Sam Phillips, o dono da Sun, o que resultou em outras idas do rapaz ao estúdio. That’s All Right surgiu casualmente numa dessas sessões de Elvis na Sun.
That’s All Right foi gravada originalmente em 1946 por Arthur Crudup, um cantor de blues. O registro de Elvis saiu num single em 19 de julho de 1954. O lado B era Blue Moon of Kentucky.
A sessões de Elvis na Sun Records são seminais quando se fala do nascimento do rock. Basta dizer que a geração dos anos 1960, dos Beatles e dos Rolling Stones, tem aqueles registros como fonte, como matriz.
Paul McCartney comprou e mantém em sua casa o contrabaixo que foi usado por Bill Black. Imitando a voz de Elvis, Paul já gravou e cantou ao vivo tanto That’s All Right quanto Blue Moon of Kentucky.
Sam Phillips manteve Elvis sob contrato de 1954 a 1956. Lançou vários singles do jovem cantor, mas não pôde segurá-lo.
Em 1956, a RCA levou Elvis e o transformou não apenas num fenômeno dentro dos Estados Unidos. Fez dele um astro pop em escala planetária.
O resto – como se diz – é história. O rock tem 70 anos e ainda não morreu.