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Perrepistas e liberais paraibanos ainda brigam por João Pessoa

CBN Paraíba

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Foto/Reprodução.

Nesta sexta-feira, 26 de julho de 2024, faz 94 anos da morte de João Pessoa. O político que governava a Paraíba em 1930 foi morto por João Dantas na Confeitaria Glória, no Recife.

Sua morte foi o estopim da Revolução de 30, o movimento que depôs o presidente Washington Luís, impediu a posse do eleito Júlio Prestes e levou Getúlio Vargas ao poder em outubro de 1930. 

O presidente (na época não se chamava governador) João Pessoa já foi uma figura histórica muito lembrada e reverenciada pelos paraibanos. Parece que é cada vez menos.

Algumas décadas atrás, João Pessoa era apresentado como um político avançado que, no governo, enfrentou as oligarquias e o atraso delas.

Hoje, a imagem que se difunde de João Pessoa reforça os aspectos negativos em detrimento dos positivos.

Enquanto se aproxima o centenário de 30, perrepistas e liberais ainda brigam na Paraíba. Não é à toa que, de vez em quando, o debate sobre a mudança do nome da capital é retomado, bem como é discutida a troca da bandeira do Estado. 

Não é difícil entender que Ariano Suassuna detestasse João Pessoa, que era adversário do seu pai, João Suassuna. O pai de Ariano antecedeu João Pessoa no governo da Paraíba e também foi assassinado.

Ariano, que nasceu no palácio do governo em 1927, não reconhecia como João Pessoa o nome da nossa capital. Chamava de Cidade da Parahyba.   

Mas não custa lembrar que as ideias socialistas com as quais o escritor era identificado combinam mais com a Revolução de 30 do que com a República Velha. 

É curioso que, nos últimos anos, gente de esquerda tenha se sobressaído na difusão de uma imagem negativa da figura de João Pessoa e dos acontecimentos de 30 e tenha defendido a mudança do nome da capital.

Para a esquerda ser coerente com o que defende, deveria ser antes João Pessoa do que João Suassuna. Antes a Revolução de 30 do que a República Velha. Antes Getúlio Vargas do que Washington Luís. Antes os liberais do que os perrepistas. Antes os “revolucionários” de 30 do que os “constitucionalistas” de 32. Antes José Américo de Almeida do que Ariano Suassuna.       

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