Corrinha Delfino. Foto: arquivo pessoal.
Angélica Nunes
O diploma de mestrado em Educação apresentado pela ex-secretária de Educação e pré-candidata a prefeita de Cajazeiras, Corrinha Delfino, para progressão funcional na administração pública é “falsificado”, segundo atestou a Universidade Aberta do Brasil da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O documento, assinado por Profa. Denise Ayres, Coordenadora Geral UAB/Unifesp, ao qual o Conversa Política teve acesso, diz que a entidade não oferta o curso de Mestrado e que atua exclusivamente com a oferta de cursos de Extensão e Especialização.
“Reforço ainda que o DECRETO Nº 5.800, DE 8 DE JUNHO DE 2006 apresentado no diploma da aluna, logo abaixo da assinatura e nome da diretora de pós-graduação e da pró-reitora, dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB no Brasil, e não se refere ao curso específico na Unifesp”, alerta a coordenadora.
Além disso, segue, “a Profa. Dra.Simone Pereira Benck, que assina como Diretora de Pós-graduação e a Profa. Dra. Helena Takako Abe, que assina como Pró-reitora (no diploma apresentado pela ex-secretária), não pertencem ao quadro docente da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp”.
Angélica Nunes
Denúncia da Oposição
A consulta sobre a validade do diploma foi solicitada pela Câmara Municipal de Cajazeiras, após denúncia do vereador Alysson Américo de Oliveira.
Ele afirma que ela teria apresentado um certificado de mestrado na Absolute Christian University (ACU), localizada na Flórida, EUA, que não é reconhecido pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e pelo Ministério da Educação para aumentar seu próprio salário, no exercício do cargo de secretária da Educação, de R$4.750,00 para R$16.626,00.
A reposta a Unifesp foi anexada a uma denúncia apresentada pela Câmara Municipal ao Ministério Público Federal (MPF).
Na avaliação do legislativo, a “situação narrada é grave”, já que ela se utilizou desse documento para justificar a sua progressão funcional, e com isso passou a receber um acréscimo de 25% em sua remuneração, nos termos do art. 29 da Lei Municipal nº 1.584/2005 (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação do Município de Cajazeiras).
A Câmara Municipal também encaminhou o caso para investigação do Tribunal de Contas do Estado. Além do problema do diploma inválido, se somam denúncias de acumulação ilegal de cargos, recebimento de pagamento da Prefeitura de Cachoeira dos Índios sem a devida contraprestação de serviços e uma tripla acumulação de cargos na Gerência Regional da Educação com cargos de professora em Cajazeiras e Cachoeira dos Índios entre 2011 e 2014.
Resposta de Corrinha
No fim de maio, em entrevista a uma rádio local, a pré-candidata comentou sobre a denúncia. Corrinha disse que teria feito o mestrado no exterior, mas que teria revalidado o diploma através da Universidade Aberta do Brasil da Unifesp.
“Talvez a oposição só saiba que Corrinha tem esse diploma internacional fora do Brasil, mas Corrinha revalidou no Brasil. Recebi o certificado depois de defender a TSE de mestrado no dia 7 de fevereiro de 2022”, assegurou.
O Conversa Política entrou em contato com a ex-secretária para posicionamento e aguarda retorno.
Atualização
Em nota à imprensa, apos a repercussão do caso, a professora Socorro Delfino negou as acusações feitas pelo grupo oposicionista de que ‘teria utilizado documentação falsa quanto à sua qualificação como mestre em Educação’.
Corrinha Delfino voltou a assegurar que seu diploma foi emitido por uma instituição americana e devidamente revalidado pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), na modalidade Profissional em Educação (ProFEI).
Ela afirmou que a oposição agiu de má-fé ao buscar informações em um polo diferente da entidade responsável pela validação de seu diploma.
“Conforme documentação enviada pela assessoria educacional que promoveu o curso de mestrado junto à UAB, verifica-se que finalizei o curso em 2022, juntamente com vários profissionais da educação de Cajazeiras e da região”, declarou.
Corrinha Delfino enfatizou que ao acusá-la de falsificar sua documentação, a oposição está indiretamente acusando os demais profissionais que obtiveram a mesma qualificação, para os quais ela expressou sua irrestrita solidariedade.
“Não me curvarei às levianas acusações que me são dirigidas”, declarou.
Corrinha Delfino também mencionou que já tomou providências judiciais contra as calúnias e difamações a seu respeito. “Não vou admitir esse jogo político mesquinho”, afirmou, demonstrando sua determinação em combater a desinformação e manter sua candidatura firme nas eleições de 2024.
Veja nota:
Eu, professora Socorro Delfino, pré-candidata a prefeita, venho à público me manifestar sobre a forma sorrateira com que o grupo oposicionista de cajazeiras vem tentando ludibriar a população para fazê-los acreditar que fiz uso de documentação falsa quanto a minha condição de mestre em educação;
Meu diploma foi emitido por instituição americana e revalidado pela universidade aberta do Brasil – uab, na modalidade profei – mestrado profissional em educação. A oposição agiu de má-fé ao buscar informações em polo diferente da entidade responsável pela validação de meu diploma.
Conforme documentação enviada pela assessoria educacional que promoveu o curso de mestrado junto a UAB – universidade aberta do Brasil, se verifica que meu curso de mestrado profissional em educação foi finalizado em 2022, juntamente com vários profissionais da educação da cidade de cajazeiras e da região.
Quando o grupo de oposição acusa a professora Corrinha Delfino de ter falsificado a documentação de mestrado, está indiretamente acusando os demais profissionais que se encontram na mesma situação, para quem apresento minha irrestrita solidariedade.
Já solicitei junto às instituições educacionais onde cursei o mestrado profissional, toda documentação necessária para afirmar a legalidade de sua qualificação, reiterando o compromisso com a verdade e principalmente com cajazeiras, deixando claro que não me curvarei as levianas acusações que me são dirigidas.