Cantor Gusttavo Lima na abertura do São João de Santa Rita..
Gusttavo Lima/reprodução
Os processos da ‘Vai de Bet’ e empresa de Gusttavo Lima, a Balada Eventos e Produções, no que se relaciona à Operação Integration, podem ser transferidos para a Justiça da Paraíba, após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendar a transferência. A operação investiga uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões num esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar.
No início de setembro, a operação resultou na prisão da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, que teve helicóptero e outros bens de luxo apreendidos em Campina Grande.
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Conforme divulgado pelo g1, a manifestação do MPPE da sexta-feira (20) foi assinada por cinco promotores pernambucanos. Na primeira página, o documento diz que o inquérito policial que apura a lavagem de dinheiro resultou no indiciamento de 22 pessoas. Na lista, consta o nome de batismo de Gusttavo Lima: Nivaldo Batista Lima (Gusttavo é nome artístico).
No processo que tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o cantor é citado como “terceiro interessado”, não como parte ou como investigado, enquanto a empresa dele, Balada Eventos e Produções, aparece como investigado(a).
O indiciamento ocorre quando o delegado de polícia conclui que há indícios de crime associado a uma pessoa. O indiciamento é, então, o encaminhado do caso ao Ministério Público. Se entender que há provas, o MP denuncia realiza a denúncia à Justiça.
O que diz a manifestação do MPPE?
Na manifestação do MPPE que o g1 teve acesso, os promotores pernambucanos citam Gusttavo Lima por ser dono da empresa Balada Eventos e Produções. A companhia possuía um jato Cessna Aircraft que foi comprado pela Vai de Bet, empresa de José André da Rocha Neto.
O documento diz que o mesmo avião havia sido adquirido por Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, e um dos investigados na operação.
No início de setembro, a aeronave foi apreendida durante a Operação Integration e R$ 20 milhões foram bloqueados nas contas da Balada Eventos. Na época, o cantor disse não ter “nada a ver com o jato” e que era “loucura incluir a sua empresa na investigação por lavagem de dinheiro”.
Agora, o MPPE pede que o processo seja remetidos para Campina Grande, na Paraíba, onde a Vai de Bet é sediada. No entendimento dos promotores pernambucanos, cabe ao MP do estado avaliar se houve algum crime nas negociações entre a empresa de Gusttavo Lima e a Vai de Bet.
O MPPE também recomendou que seja julgado em Campina Grande o envolvimento dos empresários Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, donos da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos.
Eles foram incluídos na investigação por recebimento de valores da Esportes da Sorte “sem a demonstração da correlação entre essas transferências e os delitos investigados nos autos”. A Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos também realizou transferências bancárias para a Vai de Bet, que não estão detalhadas no documento ao qual o g1 teve acesso.
Apesar de indicar que Thiago e Rayssa receberam nas pessoas recursos da Zelu e apresentaram “incompatibilidades entre os rendimentos declarados e as movimentações bancárias”, o MPPE também entendeu que a questão deve ser investigada na Paraíba.
O g1 entrou em contato com os advogados de Gusttavo Lima, da empresa Balada Eventos e Produções, mas não recebeu resposta até a última atualização dessa reportagem.
O g1 também solicitou posicionamentos às defesas da Vai de Bet, de José André da Rocha Neto, da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos e dos seus sócios, Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana e também não recebeu um retorno até a última atualização dessa reportagem.
* Com informações do g1 PE