Bolsonaro, Queiroga e Sérgio Queiroz participaram de evento de pré-candidatura à prefeitura de João Pessoa. Foto: Felipe Nunes
O publicitário Anderson Pires abortou a ideia de integrar a pré-campanha do médico Marcelo Queiroga, do PL, à prefeitura de João Pessoa. Ele vinha conversando com a equipe, mas as negociações não avançaram. Em abril, um outro publicitário, Lucas Sales, deixou a pré-campanha – atualmente coordenada por Jurandir Miranda.
O momento não é bom para a pré-campanha do PL.
Internamente alguns aliados começam a cogitar uma possível mudança na chapa, ao analisarem os números das últimas pesquisas divulgadas. A avaliação é de que o ex-ministro da Saúde ainda não conseguiu empolgar o eleitorado.
Hoje Queiroga tem como vice o pastor Sérgio Queiroz, do Novo. Queiroz é considerado por muitos, e é fato, como um nome mais ‘leve’ dentro do bolsonarismo na Capital. Teria ainda o ativo de ter sido, em 2022, o candidato ao Senado mais votado em João Pessoa.
Mas haveria um empecilho: ele não é do PL e o partido dificilmente aceitaria abrir mão da cabeça de chapa.
Ao Blog, aliados de Queiroga, que pediram para não ser mencionados, elencam outras dificuldades enfrentadas na pré-campanha.
Eles consideram que o discurso do ex-ministro ainda estaria muito ‘duro’ e relembram ainda a forma como o nome foi escolhido pela direção nacional do PL. Alguns não engoliram a opção por Queiroga, em detrimento a outros nomes do bolsonarismo já testados nas urnas, como o deputado federal Cabo Gilberto (PL), Walber Virgolino (PL) e Nilvan Ferreira (na época lançado como pré-candidato).
Apesar dos atropelos, é pouco provável que a chapa passe por modificações.
O médico paraibano é da estrita confiança do núcleo nacional do PL e foi escolhido como uma aposta pessoal do ex-presidente. Para decolar, porém, precisará recalcular rotas e a forma como a candidatura tem sido apresentada.
O discurso muito ‘pesado’, às vezes raivoso, e a insistência pela nacionalização da campanha (exclusivamente) são itens que merecem ser revistos. E, por fim, Queiroga terá que conviver com frituras internas de aliados que, mesmo que não publicamente, contestam a capacidade dele em liderar a chapa.