Um ofício encaminhado pelo presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), pedindo escolta à Superintendência da Polícia Federal para o deputado federal e candidato a prefeito de João Pessoa, Ruy Carneiro (Podemos), é o fato novo no debate sobre a segurança pública nas eleições deste ano na Paraíba.
Pouco usual, a última vez que uma solicitação como essa tinha sido feita foi para o deputado federal Luiz Couto, do PT, que denunciava à época a existência de grupos de extermínio e foi ameaçado pelos integrantes.
ofício
O tema da segurança tem sido a preocupação número 1 de muitas autoridades e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado.
No fim da semana passada, inclusive, os membros do Tribunal aprovaram pedidos de tropas federais para as cidades de Cabedelo, Bayeux e Fagundes.
Nos dois primeiros municípios o motivo principal foi a guerra entre facções ligadas ao tráfico de drogas e a tentativa desses grupos – ou pelo menos o risco – de interferir no pleito. Além de, claro, os altos índices de CVLIs registrados.
O pedido de Lira, que tem repercutido nacionalmente, aponta para a continuidade desse debate em torno da segurança pública, notadamente na cidade de João Pessoa.
É que com uma avaliação rápida é possível identificar elementos usados para embasar o pedido de tropas em Cabedelo e Bayeux também presentes em João Pessoa.
Na Capital também há a ação de facções, disputando territórios; e também há relatos da tentativa desses grupos, ou pelo menos o risco, em interferir na campanha. Na cidade, assim como em Cabedelo, há relatos de candidatos que se dizem intimidados pelas facções. E até a suspensão de eventos de campanha.
Os números de CVLIs também são altos. João Pessoa registrou 105 ocorrências desse tipo nos seis primeiros meses deste ano.
E mais. Na Capital há este ano um outro ingrediente: o acirramento do pleito. Algo bem mais considerável que em Cabedelo, por exemplo, onde o pedido de tropas foi aprovado. Na Capital as eleições terão pelo menos quatro candidaturas competitivas, que chegam fortes e com chances de êxito na disputa.
Um panorama que, uma hora ou outra, terá que ser enfrentado e analisado pelos juízes eleitorais, partidos, coligações e membros do Ministério Público Eleitoral que irão atuar no pleito.