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Val Pilar: um personagem mais que folclórico da história recente do futebol paraibano

CBN Paraíba

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Val Pilar se foi…

Com um ele um pouquinho da alegria do futebol. E um pouquinho da nossa história, do nosso folclore. Irreverente, alegre, um contador de causos. Daqueles que você fica horas a fio ouvindo se pudesse.

Val Pilar marcou época no futebol paraibano e atuou por Treze e Botafogo-PB.

(Foto: Reprodução/TV Paraíba)

Não fazia segredos do mundo da bola. Volta e meia, entregava alguém com quem jogara. Mas Val não era só isso.

Morre Val Pilar, ídolo do Treze do início dos anos 2000

Era um baita jogador também. Volantão à moda antiga. Daqueles que cada enxadada era uma minhoca. A bola (ou o adversário) não passavam por ele de jeito nenhum. Foi campeão por Botafogo-PB e Treze.

Mas o mundo teimava em ver o outro Val. Aquele do sorriso banguela, do sotaque forte entregando as origens. Do menino que saiu de Pilar para carregar a cidade no nome. E que tinha um baita orgulho disso.

O amigo Léo Alves lembra de dois momentos marcantes na carreira do jogador. O primeiro quando, pela Copa do Brasil, o Treze enfrentaria o São Paulo de um já consagrado Kaká. Pois Val, antes mesmo da partida, cravou: “Pode deixar comigo!”.

E marcou com a eficiência de um Maldini. Impecável. Tanto que a imprensa sulista, não se sabe se em tom de deboche, começou a pedir Val Pilar na Seleção. Para mim, não era chacota. Era coisa séria.

Val Pilar é ídolo do Treze e também jogou no Sport.

(Foto: Reprodução)

Em outro momento, quando fora contratado pelo Sport – talvez a maior aventura de sua carreira -, Val Pilar virou matéria na revista Placar. O motivo? Realizou o sonho de sua vida ao comprar um Fusca.

Val não será lembrado apenas pelos títulos. Nem pelos desarmes, ou pelos passes de letras, sua marca registrada.

O folclore do futebol fará com que o seu nome seja eterno. E a cada história contada, uma nova versão é acrescentada. É disso que vivem os mitos.

Pois eu tenho o meu em relação a Val. Foi naquele Fluminense x Treze, quartas de final da Copa do Brasil de 2005. Não o jogo famoso, o de Campina Grande. E sim o primeiro, o jogo da ida, em São Januário. Reta final de jogo, o Flu ganhava por 1 a 0. E Maurício Simões coloca em campo Val Pilar no lugar de Maurício. A derrota pela contagem mínima mantinha o Galo vivo na disputa pela vaga na semifinal. O volante entrava para fechar a casinha.

O Treze terminou o jogo com nove jogadores, depois das expulsões de Rogério e Wellington. E o Fluminense era só pressão no final. Lá pras tantas (acho que já eram os acréscimos), bola na área galista, aquela muvuca toda… E eis que surge Val Pilar, como um trator. Chutando tudo que estava pela frente… Bola, adversário, companheiro de equipe, se brincar até o juiz.

Acho que foi o pênalti mais claro não marcado na história do futebol.

Maurício Simões, do banco, quase infartava.

Val, com o sorrisinho característico no rosto, como quem dissesse para o mundo: “Aqui não!”.

Val Pilar defendeu o Botafogo-PB em 1999.

(Foto: Reprodução)

Irresponsável? Talvez. Mas Val fez a alegria de tantos torcedores no futebol que ele está mais do que desculpado.

Encerrou a carreira e escolheu Campina Grande para viver. Morador da Zona Sul, era figurinha carimbada na Feira da Liberdade. Gostava das peladas, de estar perto dos amigos. Trabalhava como maqueiro. Atualmente, tinha um bar num dos rachas famosos da cidade. Era ali que gostava de resenhar.

Quem não o conhecia como jogador, talvez nunca soubesse que ali pairava um dos mais emblemáticos personagens da história recente do futebol paraibano.

Que agora, mais do que nunca, viverá para sempre no imaginário das histórias contadas de geração para geração. Obrigado por tudo, querido Val.

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