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Vício em redes sociais: já é hora de tratar como doença?

CBN Paraíba

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Conectada ou presa?.

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Você sente que passa tempo demais nas redes sociais? Ou percebe que seu filho não larga o celular nem pra comer, dormir ou estudar?

Pois saiba que psiquiatras do mundo todo estão discutindo algo inédito: transformar o vício em redes sociais em um transtorno mental oficialmente reconhecido, como já acontece com dependência de jogos ou substâncias químicas.

Essa proposta ganhou força após a publicação de estudos recentes nas revistas científicas JAMA Psychiatry e JAMA Pediatrics, que mostraram como o uso exagerado de redes sociais pode afetar profundamente o comportamento, o humor e o funcionamento mental de crianças e adolescentes.

O que diz a ciência?

Um estudo publicado no JAMA Psychiatry analisou adolescentes americanos e concluiu que aqueles que passavam mais de 3 horas por dia em redes sociais tinham risco significativamente maior de desenvolver sintomas de ansiedade, depressão e irritabilidade. Os autores alertam:  “O uso intenso de redes sociais pode aumentar os sintomas internalizantes em adolescentes, como isolamento, tristeza, sentimento de inadequação e ansiedade social.”

Outro artigo do JAMA Pediatrics, de 2023, revisou 87 estudos com mais de 250 mil participantes e reforçou a associação entre tempo de tela elevado e problemas emocionais:“O uso prolongado de mídias digitais está consistentemente ligado a desfechos negativos de saúde mental, principalmente em populações jovens.”

Esses dados acendem um alerta sobre como o design das redes — com rolagem infinita, notificações constantes e recompensas imediatas — estimula o cérebro de forma semelhante às drogas.

Imagem de Internet

“O que as redes sociais ativam no cérebro é o mesmo sistema de recompensa envolvido em vícios químicos. São dopaminas instantâneas que criam dependência.”

Anna Lembke, – Psiquiatra, Universidade de Stanford

E como prevenir?

A prevenção começa em casa — e pelo exemplo. Veja algumas dicas práticas:

• Estabeleça horários para uso de tela e refeições sem celular;

• Incentive hobbies offline (leitura, esportes, arte);

• Tenha momentos de “desconexão” em família, como passeios e conversas;

• Observe mudanças de comportamento: sono alterado, irritabilidade, queda no desempenho escolar;

• E, se precisar, busque ajuda de um profissional de saúde mental.

Um possível diagnóstico no futuro

Atualmente, o vício em redes sociais ainda não é reconhecido oficialmente como transtorno mental pelo DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria), mas o debate está avançado. Assim como o “transtorno por uso de jogos eletrônicos” foi incluído em classificações da OMS, o uso problemático de redes sociais pode ser o próximo da lista.

E quando a ciência começa a discutir, é sinal de que o problema já está aí — e precisa ser encarado com responsabilidade, informação e, sobretudo, cuidado.

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