divulgação/ALPB

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta quarta-feira (12), uma sessão especial alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Apesar de toda a publicidade promovida pelo próprio Legislativo em defesa das mulheres, o Plenário da Casa foi preenchido quase exclusivamente por elas.

Dos 36 deputados estaduais, apenas um homem compareceu à sessão – o deputado Cicinho Lima (PP). Nem mesmo o presidente da ALPB, Adriano Galdino (Republicanos), ou qualquer outro representante da Mesa Diretora esteve presente.

A ausência quase total de parlamentares homens não apenas demonstra a falta de compromisso com questões urgentes da sociedade, mas também evidencia um problema estrutural mais profundo: a negligência e a indiferença do poder legislativo, historicamente dominado por homens, em relação se atualizar sobre as pautas que envolvem a vida e a segurança das mulheres.

Durante a sessão, a deputada Jane Panta questionou as ausências e fez um alerta contundente: “Não são as mulheres que matam mulheres, e sim os homens“. De fato, o combate à violência de gênero não pode ser uma responsabilidade exclusiva das vítimas e de suas representantes.

O simbolismo dessa ausência masculina é marcante. Ele reforça a percepção de que, para muitos, o Dia Internacional da Mulher não passa de uma data protocolar, sem impactos práticos. Essa omissão se reflete no cotidiano, onde os números de violência contra a mulher e feminicídios seguem alarmantes.

Até quando as mulheres precisarão gritar sozinhas por justiça e proteção? Se os próprios legisladores se recusam a ouvir, como esperar que a sociedade mude?